O trabalho científico apresentado busca difundir a atuação da fisioterapia em cuidados paliativos e destacar as suas principais abordagens e técnicas em pacientes oncológicos submetidos aos cuidados paliativos.

Pacientes com lesão cerebral aguda são frequentemente intubados e submetidos à ventilação mecânica. Esses pacientes possuem como agravante a alta prevalência de falhas de extubação quando comparado com pacientes sem lesões cerebrais. A avaliação de preditores associados ao sucesso da extubação é um passo importante no processo de desmame. Até o momento são poucos os estudos que analisaram acurácia, sensibilidade e especificidade de fatores preditivos da extubação em pacientes neurocríticos. O objetivo do trabalho foi avaliar parâmetros preditivos de sucesso no desmame da ventilação mecânica e na extubação de pacientes com lesão cerebral aguda. Estudo descritivo, analítico e inferencial realizado com 64 pacientes neurocríticos assistidos em uma unidade de terapia intensiva. Os pacientes, todos com lesão cerebral aguda, foram divididos quanto ao sucesso ou falha da extubação. As avaliações envolveram o escore VISAGE, análise da pressão inspiratória e expiratória máximas (Pimáx e Pemáx, respectivamente), pico de fluxo de tosse (PFT), pressão de oclusão das vias aéreas em 0,1 segundo (P0,1) e sua relação com a Pimáx (P0,1/Pimáx). Testes de regressão logística foram aplicados com objetivo de mensurar os fatores preditivos vinculados ao sucesso e à falha do desmame e da extubação do paciente. A significância estatística foi estipulada em 5%. Pacientes com falhas na extubação tiveram maior tempo de internação em terapia intensiva que pacientes com sucesso na extubação (0,002). A análise de regressão logística indicou que escore VISAGE, Pimáx e PFT foram capazes em distinguir o sucesso da falha da extubação em 74,30% dos casos (predição de sucesso na extubação em 80,70% dos casos e capacidade de predizer falhas na extubação em 71,43% dos casos). O modelo estatístico com essas variáveis apresentou acurácia de 79,69% e sensibilidade de 95,83%. A análise comprovou que o aumento do escore VISAGE em uma unidade, por si só, está vinculado a uma taxa de sucesso no desmame ventilatório e extubação de 75,42%. Portanto, o Escore VISAGE, Pimáx e pico de fluxo de tosse apresentaram importante acurácia e sensibilidade em predizer sucesso ou falha do desmame ventilatório e da extubação nesses pacientes. O maior impacto do escore VISAGE frente à Pimáx e ao PFT indica que a análise neurológica minuciosa relacionada a comandos específicos e informações sobre a funcionalidade das vias aéreas superiores deve ser incorporada à análise dos parâmetros ventilatórios na decisão de realizar a extubação. Pesquisas com outras variáveis devem ser realizadas com o objetivo de ampliar ainda mais a acurácia do sucesso do desmame ventilatório e da extubação.

A Doença Renal Crônica (DRC) é uma doença de curso prolongado, geralmente assintomática e que leva a perda irreversível da função renal, sendo classificada em seis estágios. No acompanhamento de pessoas com DRC, em que os usuários estão, em geral, em acompanhamento em diferentes pontos de atenção das Redes de Atenção à Saúde, é fundamental que a Atenção Básica/ Atenção Primária em Saúde cumpra seu papel de coordenadora do cuidado, elaborando, acompanhando e gerindo projetos terapêuticos singulares, bem como acompanhando e organizando o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção. O cuidado nutricional tem um papel primordial para manutenção e sobrevida dos indivíduos com DRC. O objetivo desse estudo foi avaliar as evidências disponíveis na literatura relacionadas ao cuidado de nutrição na doença renal crônica na atenção primária à saúde. Realizou-se uma busca nas bases de dados Periódico Capes e PubMed utilizando os descritores em saúde: doença renal crônica; nutrição; alterações metabólicas e atenção primária à saúde, nos idiomas português, inglês e espanhol, totalizando 18 artigos. Para fins de organização do atendimento integral ao paciente com DRC, o tratamento deve ser classificado em conservador, quando nos estágios de 1 a 3, pré-diálise quando 4 e 5-ND (não dialítico) e Terapia Renal Substitutiva (TRS) quando 5-D (diálitico). O SUS oferta duas modalidades de TRS, tratamentos que substituem a função dos rins: a hemodiálise, que bombeia o sangue através de uma máquina e um dialisador e a diálise peritoneal feita por meio da inserção de um cateter flexível no abdômen. O tratamento nutricional para DRC dependerá da fase em que se encontra a pessoa portadora de tal doença (fase não-dialítica ou fase dialítica). Na fase não-dialítica, o tratamento nutricional tem como objetivo retardar ou evitar a progressão da doença renal através de medidas nutricionais que promovam o controle adequado da hipertensão arterial sistêmica, hiperfosfatemia, acidose metabólica e consumo proteico. Em relação à restrição proteica, a literatura tem demonstrado seu benefício, tanto sobre o ritmo de progressão quanto sobre a sintomatologia urêmica. Estudos estimam que a necessidade de proteína de pessoas em hemodiálise é de cerca de 1,2g/kg/dia, a fim de promover balanço nitrogenado neutro ou positivo na maioria dos pacientes clinicamente estáveis. Pessoas em diálise peritoneal  proteína diminui a possibilidade de balanço nitrogenado negativo.  Alguns micronutrientes devem ter seu consumo controlado como sódio, fosforo e potássio. A vitamina D deve ser prescrita individualmente, de acordo com a condição osteometabólica da pessoa.  É papel da Atenção Básica a atuação na prevenção dos fatores de risco e proteção para DRC, dessa forma, devem buscar a garantia da integralidade da atenção, da continuidade das ações de saúde e da longitudinalidade do cuidado desses usuários na RAS. O Núcleo de Apoio à Saúde da Família deve oferecer suporte às equipes de referência pelo cuidado da população nos territórios, buscando fortalecê-las para o desempenho dessas funções na Atenção Básica.