II CONSOGISE - II Congresso Online de Ginecologia e Obstetrícia da Sogise

Objetivo da aula é discutir as indicações de cirurgia robótica para os casais com infertilidade conjugal e quando essas indicações podem contribuir com maior possibilidade de sucesso reprodutivo.  

Relato de uma situação incomum de reincidência de cistoadenoma de ovário

Mapeamento do impacto da pandemia na realização dos procedimentos ginecológicos no Brasil, no período de Agosto de 2019 a Agosto de 2021.

A Síndrome da Regressão Caudal (SRC) é uma malformação rara (1:7500 nascidos vivos) resultante do desenvolvimento anormal do mesoderma caudal. Pode cursar com diversas malformações fetais, como anomalias do sistema genitourinário, da espinha lombossacral e dos membros inferiores. Gestantes pré-diabéticas apresentam maior risco de desenvolver SRC decorrente do controle glicêmico inadequado, no período de organogênese fetal. Este relato tem como objetivo alertar sobre a importância do controle glicêmico no período periconcepcional e durante a gestação. Caso Clínico: Gestante, 40 anos, multigesta, quatro cesáreas anteriores (um óbito fetal prévio na 35ª semana, causa indeterminada); portadora de diabetes mellitus tipo 2 descompensada, em uso de metformina até o início desta gestação. Foi suspenso o uso de metformina e introduzido insulina NPH 40ui pela manhã e 30ui à noite, porém, a paciente permaneceu com péssimo controle glicêmico durante toda a gestação, precisando ser internada diversas vezes devido a descompensação. Realizou ultrassonografia (US) morfológica de segundo trimestre constatando feto único, com idade gestacional (IG) compatível com 20 semanas + 6 dias, micrognatia, vias de saída cardíacas mal caracterizadas no exame, ausência dos membros inferiores, compatível com SRC. Dez dias após a US, foi encaminhada ao pré-natal de alto risco, com queixa de dor abdominal intermitente associada à rigidez abdominal, sem alterações no exame físico obstétrico. Ficou internada para controle glicêmico. Na internação realizou ecocardiograma fetal, que revelou tetralogia de Fallot com estenose pulmonar importante e outras malformações associadas. Com 38 semanas de gestação, foi submetida à cesariana após avaliação multiprofissional, por malformação fetal e difícil controle glicêmico, não apresentando intercorrências durante o procedimento. Recém-nascido feminino, pélvico, nasceu chorando e foi entregue aos cuidados do pediatra. O mesmo constatou agenesia caudal e fenda palatina. Aos 8 meses de vida, a criança veio a óbito, devido à sepse, pneumonia de repetição, cardiopatia congênita e Síndrome de George, além das múltiplas malformações. Relevância e comentários: A etiopatogenia da SRC ainda é desconhecida, porém, acredita-se que sua etiologia seja multifatorial, podendo ser resultante de fatores genéticos, vasculares e ambientais. O diagnóstico pode ser realizado precocemente através de ultrassonografia transvaginal a partir do final do primeiro trimestre de gestação. O diabetes Mellitus (DM) quando não controlado é considerado um dos principais fatores de risco para SRC e desempenha um fator preponderante nos casos de sequelas fetais e neonatais. É de extrema importância que o controle glicêmico seja rigoroso em mulheres diabéticas desde o período periconcepcional e principalmente no 1ª trimestre de gestação, para prevenção e malformações congênitas fetais.