De 23/09 a 24/09
IIIas JORNADAS EBP SEÇÃO LESTE OESTE "O MISTÉRIO DA SEXUAÇÃO"
23 e 24 de setembro de 2022.
InscriçãoSobre o evento
ARGUMENTO DAS III JORNADAS DA EBP-LO
É um-a-um. É singular e é plural.
É como eu vivo. É como você vive. É como ele vive (ou não vive).
Ser ou ter o falo?
Todo ou não-todo fálico?
Sexuação, gozo e real.
Assexuado?
Quanto mais modos de gozo, mais gêneros[1].
A sexualidade, em Freud, é perversa e polimorfa. Não visa a reprodução, mas a satisfação da pulsão. É assim já nos Três Ensaios e nas Teorias Sexuais Infantis. Desdobra-se em Totem e Tabu e se afirma no Édipo. Está na origem das neuroses.
Em Lacan, é sexuação. É buraco no real. Não necessariamente psicopatológica, mas subjetiva, original, não fora da cultura. É sintomática.
Lacan toma o Édipo freudiano em três momentos de seu ensino: como metáfora paterna, nos quatro discursos e nas fórmulas quânticas. Lacan parte do pai morto para chegar ao pai vivo e encarnado, de RSI. Do pai orangotango gozador, ao do desejo que não é anônimo, ao que tem direito ao amor e ao respeito de seus filhos quando toma uma mulher como seu objeto de desejo, não de gozo; e é capaz de transmitir a castração e o desejo aos seus descendentes. Do Nome-do-pai à pluralidade dos Nomes-do-pai.
Se Freud estabelece uma relação entre Totem e Tabu e Édipo, dizendo que ambos têm a mesma estrutura, onde há homens como sujeitos do mito e mulheres como objetos de gozo[2]; Lacan a toma e a coloca como base de suas fórmulas quânticas, para partir da exceção e chegar ao universal do lado Homem. Tão em questão na contemporaneidade.
O ao menos um sobre o qual não incide a lei rege a lógica que marca o lugar do sujeito junto ao falo e remete o objeto de gozo para o lado Mulher.
Desde Complexos familiares, os Seminários 4, 5, 17, 20...; de Hans a Joyce, passando pela Significação do falo, Lacan vai questionar, como o enigma de Diretrizes para um congresso sobre a sexualidade feminina, o estatuto real da sexuação, que permanece um mistério. Miller nos lembra que o mistério “é o que resulta do domínio do simbólico sobre o corpo”[3], “da união da fala com o corpo”[4].
O MISTÉRIO DA SEXUAÇÃO
Este é o tema das III JORNADAS DA EPB-LO, que acontecerão a partir de nossa sede, em Brasília, na Aliança Francesa, nos dias 23 e 24 de setembro de 2022, de forma híbrida - presencial e virtualmente. Ligia Gorini (ECF/AMP) é a nossa convidada este ano.
Se, em 2021, falamos de todas as formas de amor possíveis de se dizer algo; em 22, vamos falar de sexuação. Do amor que vela ao real da sexualidade. Do fazer com a impossibilidade radical. Das formas, Homem e Mulher, do falasser se colocar, de falhar, frente ao real da relação sexual que não existe. Este real, “mistério do corpo falante”[5], mais além do gênero e do anatômico, que estabelece, via Lacan, dois campos – um do desejo, outro do gozo. O primeiro, aponta para o desencontro; o segundo, à solidão do Um[6].
Se não há complementaridade entre os sexos, o que há é um modo de gozo para cada um. O que há são semblantes e mistério.
Assim sendo, estão todos convidados a discutir, a debater, a seguir, sem desvendá-lo
Bartyra Ribeiro de Castro
Coordenadora das III JORNADAS DA EBP-LO
Coordenadora das III JORNADAS DA EBP-LO
Bibliografia
Bayón P.A., Género semblante – género real, in https://zadigespana.com/2022/02/02/genero-semblante-genero-real/?fbclid=IwAR3U6OBGM8LbtmtowtWUPys88SM9Sj6RdzmLFhS0AJhio1wYisuyvBCdcSk
Lacan J., O Seminário, Livro 20, Zahar Ed. Rio de Janeiro, 1982.
Miller J.-A., Da infância à adolescência
Miller J.-A., Do Édipo à sexuação
Miller J.-A., Entrevista com E. Marty, in https://www.dropbox.com/s/u5erun9mxd7wkjd/ENTREVISTA%20sobre%20Le%20sexe%20des%20Mod
Scilicet O Corpo Falante – Sobre o inconsciente no século XXI, São Paulo, 2016.
Soria N., A sexuação em questão
[1] Miller J.-A., Entrevista com E. Marty, in https://www.dropbox.com/s/u5erun9mxd7wkjd/ENTREVISTA%20sobre%20Le%20sexe%20des%20Modernes.pdf?dl=0
[2] Soria, N. A sexuação em questão, ... p.
[3] Miller J.-A., O Inconsciente e o corpo falante. Scilicet O Corpo Falante – Sobre o inconsciente no século XXI, São Paulo, 2016, p.25.
[3] Miller J.-A., O Inconsciente e o corpo falante. Scilicet O Corpo Falante – Sobre o inconsciente no século XXI, São Paulo, 2016, p.25.
[4] Idem.
[5] Lacan, J., O Seminário, Livro 20, Zahar Ed. Rio de Janeiro, 1982, p. 178.
[6] Bayón P.A., Género semblante – género real, in https://zadigespana.com/2022/02/02/genero-semblante-genero-real/?fbclid=IwAR3U6OBGM8LbtmtowtWUPys88SM9Sj6RdzmLFhS0AJhio1wYisuyvBCdcSk